Dia 20 de julho é comemorado o Dia do amigo. Veja as curiosidades que selecionamos sobre a amizade dos pequenos
1. Amizade de berço
Crianças pequenas podem ser amigas? Podem, mas do jeito delas. Isso quer dizer que você deve estar preparado para ver um morder o outro, tomar o brinquedo sem pedir... São coisas da idade que precisam ser compreendidas. “Na faixa de 1 a 3 anos, a criança ainda é egocêntrica e a questão da posse dos objetos é muito presente. Por isso, é comum, para elas, tirar um brinquedo da mão da outra e sair andando”, diz Daniella Leonardi, diretora da Escola Cidade Jardim PlayPen (SP).
Os pequenos vivem a famosa fase oral, em que usam a boca como meio de descobrir o mundo. Enquanto não sabem falar, acabam, algumas vezes, batendo sem motivo, só para conseguir o que querem. Claro que, se o comportamento de agressão for muito frequente e intenso, é preciso atenção dos pais. Não é necessário privar aquele que apanhou do convívio do outro, mas zelar para que aconteça da forma mais protegida possível, supervisionando e separando em caso de agressão. A regra é a mesma para o pai daquele que bate, mas com a tarefa extra de explicar ao filho que ele não pode fazer isso, ainda que pareça não entender.
2. Seu mestre mandou
Não raro, uma criança mais passiva fica amiga de uma mandona. Os especialistas consultados dizem que as lideranças do grupo começam a despontar com 4 ou 5 anos. Quando isso acontece, os outros se tornam seus seguidores, quase como aquela brincadeira do “seu mestre mandou” – e não se engane pela pouca idade deles: o líder percebe a força que sua opinião tem sobre os demais.
Quando o professor identifica isso na escola, deve usar estratégias e brincadeiras para diluir essa configuração, de modo que os papéis sejam invertidos em algumas situações: os seguidores se tornam líderes e o líder se torna seguidor – isso também pode ser feito em casa pelos pais. Caso surjam conflitos decorrentes da relação entre um líder e um seguidor, o recomendado é que cada criança exponha oralmente à outra como se sentiu e o que não agradou. Elas devem se ouvir e tentar resolver a situação entre si.
Mas, se o seu filho nem percebe essa relação, e o incomodado é você, analise, primeiro, se o comportamento está sendo prejudicial para ele – lembre-se de que sempre vão existir líderes em todas as áreas da vida e que tudo bem se o seu filho não for um, talvez o papel dele dentro do grupo social seja outro mesmo. Caso a relação seja prejudicial, o que você pode fazer é orientá-lo que não precisa obedecer o amigo se não quiser, que não tem de fazer o que não se sente confortável nem concordar com tudo.
3. Amigos de menos – ou de mais!
Crianças mais introvertidas e tímidas podem ter dificuldades para fazer amizade. Nesses casos, os pais podem se aproximar de uma turma no playground do prédio, por exemplo, e apresentar o filho, perguntando se ele pode brincar com eles. Assim, da próxima vez, ele já terá uma referência de como agir. Você também pode convidar os colegas da escola para frequentar sua casa. Dessa forma, eles terão sobre o que falar na sala, além de memórias de momentos divertidos juntos.
Mas, se a criança nunca é chamada para nenhuma festa e aparenta estar sempre isolada, o ideal é fazer um trabalho com a escola para detectar por que isso acontece. Você também pode matricular seu filho em aulas extracurriculares de teatro ou esporte, que ajudam a diminuir a inibição. Em último caso, avalie se não é melhor mudá-lo para uma escola que preze mais o entrosamento entre os alunos. Só não o pressione. Vale ainda recorrer à ajuda psicológica para descartar doenças como a depressão.
Se o seu filho é bastante sociável e faz amigos facilmente, fique tranquilo. “Percebo que a minha filha Giullia faz muitos amigos porque tem facilidade de se aproximar das crianças e convidar para brincar junto. Outro fato que contribui é que ela tem a mim e ao pai como referência em casa: nós cultivamos nossas amizades também”, conta a editora de educação da CRESCER, Cristiane Marangon. Só esteja atento para identificar se o seu filho não age dessa forma para chamar a atenção, podendo dar um pouco mais de trabalho com a concentração na sala de aula. Oriente-o de que há hora para tudo – até para brincar e fazer graça.
Quem disse que irmãos não podem ser bons amigos? É exatamente isso que acontece na casa da médica Luiza Rachael Nogueira, 39 anos. “Quando um acorda, a primeira coisa que pergunta é se o outro já acordou. É lindo ver os dois juntos”, conta Luiza, mãe de Pedro, 6, e Letícia, 4. Nesses casos, só é preciso atenção se o caçula vira uma “sombra” do irmão e acaba não tendo personalidade. Vale, então, conversar sobre a importância de ter suas próprias atitudes.
Há também casos em que os irmãos não têm afinidade. Os pais devem estar atentos ao contexto em que a falta de amizade acontece e a expectativa que têm dessa relação. Em geral, irmãos vão ser amigos, mas, muitas vezes, passam antes por situações de ciúme e competições. Pode ser, ainda, que eles tenham interesses diferentes, o que até aparenta uma falta de amizade, mas, na verdade, está relacionado ao gênero e à idade. “É preciso que os pais observem a forma como eles próprios se relacionam com a família (mãe, pai e irmãos), para identificar se têm um laço forte ou superficial, pois a criança percebe e tende a ter comportamentos similares”, alerta Rita.
Por fim, não desanime se o seu filho é único: a amizade pode existir entre primos e amigos do prédio, que convivem e brincam juntos, e viram irmãos do coração.
5. Deixado de lado